quinta-feira, 26 de abril de 2012

Saúde e segurança no BRASIL:


De acordo com relatório elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de cinco mil trabalhadores morrem no mundo todos os dias por causa de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. O documento, denominado Trabalho Decente – Trabalho Seguro, alerta que a maioria da força trabalhista mundial não possui segurança preventiva, serviços médicos nem mesmo compensação para acidentes ou doenças.

No Brasil, cerca de 500 mil pessoas se acidentaram e 2.708 morreram em 2005, segundo o Ministério da Previdência Social. Enquanto os óbitos tiveram uma redução de 4,6%, os acidentes aumentaram 5,6% em relação ao ano anterior. As doenças decorrentes do trabalho chegaram a 30.334.

Para o coordenador de pesquisas do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (CESTEH), William Waissmann, os números podem ser ainda mais assustadores. “Os acidentes graves, por exemplo, não há como esconder, o que já não acontece com as doenças”.

Caracterizar e registrar as doenças do trabalho, no Brasil, ainda tem sido uma tarefa muito difícil. Isto acontece, segundo Waissmann, devido às dificuldades em notificá-las e pelo fato de os mecanismos de proteção ao trabalhador não serem muito bem definidos. O acidente é muito mais fácil de se notificar porque se vê, o que não acontece com as doenças, que surgem lentamente e nem sempre são diretamente relacionadas ao trabalho.

Os acidentes mais freqüentes em 2005 – 33% do total – relacionam-se com os ferimentos e lesões ligados ao punho e a mão. Nas estatísticas, as doenças representam apenas 6,1% do número de acidentes registrados – porcentagem quase inalterada de um ano para o outro. Entre as principais estão: asma ocupacional, Lesão por Esforço Repetitivo / Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, as conhecidas LER/DORT, perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), pneumoconiose e a saúde mental.

 As principais doenças do trabalho:

Asma Ocupacional – Adquirida por meio da inalação de poeira de materiais como algodão, linha, borracha, couro, sílica, madeira vermelha etc. Os trabalhadores de fábricas, madeireiras, plantações de algodão e tecelagens apresentam sintomas como falta de ar, tosse, aperto e chiado no peito e tosse noturna.

Dermatoses ocupacionais – Causadas por contato com agentes biológicos, físicos e químicos, principalmente. Os sintomas são alteração da pele e mucosas. Os trabalhadores em fábricas químicas são os mais prejudicados com ela.

LER/DORT – Decorrente de problemas com o local de trabalho e com os movimentos repetitivos. Os empregados dos setores industriais podem ser prejudicados com esta doença.

Perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR) – Diminui gradativamente a audição dos trabalhadores por exposição continuada a níveis muito elevados de ruído. Metalúrgicos sofrem com este problema.

Pneumoconioses – Doenças pulmonares ocasionadas pela inalação de poeiras químicas como da sílica e dos asbestos, que causam silicose e asbestose. Químicos, trabalhadores da construção civil e mineradores podem sofrer com estes problemas.

Doença mental – Mais difícil de detectar e principalmente relacionar ao trabalho, pode ter ligação com diversas circunstâncias e grau de desenvolvimento. Sofrem com isso operadores de telemarketing e bancários.

Indústria, serviços e agricultura têm maior número de acidentes:

O setor industrial brasileiro é o que mais tem número de acidentes. Foram 229,1 mil em 2005 de acordo com o Ministério da Previdência. Em segundo lugar está o setor de serviços, com quase 220 mil acidentes. Em terceiro está a agricultura, com mais de 35 mil acidentados.

 Na comparação com 2004, os números aumentaram na indústria (17,5 mil novos casos) e nos serviços (mais 17,2 mil). Na agricultura houve leve redução: 1,7 mil acidentes a menos.

Segundo o secretário da secretário da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Valter Sanches, muitas vezes os acidentes acontecem porque linha de produção não consegue acompanhar o crescimento do setor industrial e acaba sobrecarregada.


LER/DORT:

Mãos, cotovelos e braços são alvos das LER/DORT na indústria e no comércio. Sanches explica que a perda de rendimento é a principal forma de se identificar a doença. A maioria dos tipos de lesões e, principalmente a LER/DORT, são irreversíveis. A forma de atenuar é com fisioterapia e tratamentos.

 “A gente tem brigado para que as pessoas não trabalhem acidentadas e para que a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) seja o início do processo de reconhecimento de qualquer doença ou de algum acidente” afirma.

Para ele, o papel dos sindicatos evoluiu muito nos últimos anos. Antigamente a atenção dos sindicatos era voltada à ergonomia dos equipamentos de segurança. ”Hoje tudo parece ter evoluído”, diz. “Não adianta ter o design do produto se o posto de trabalho tem excesso de horas ou ritmo acelerado”.


 Baixa prioridade:

O presidente da Federação dos Empregados Rurais Assalariados no Estado de São Paulo (Feraesp), Élio Neves, avalia que a situação brasileira quanto a saúde e segurança no trabalho é muito falha e colocada em prioridade inferior. Para ele, o lucro tem sido a tônica.

 O sindicalista ressalta que essa questão deveria ser primordial no âmbito da responsabilidade social. “A cada ano que passa, as empresas encontram mecanismos ilegais para reduzir custos de produção, o que inclui cortes na prevenção de saúde e segurança”, indigna-se.

 Segundo Neves, o alto número de acidentes é preocupante, pois tem deixado trabalhadores com seqüelas para o resto da vida. Ele lembra que também há muitos acidentes de percurso na colheita de cana, ou seja, que ocorrem durante o transporte do trabalhador até a lavoura. “Poucas são as empresas que utilizam ônibus e mesmo as que os tem não os oferecem em condições adequadas de segurança”.

Os problemas do setor agrícola, segundo o presidente da Feraesp incluem o descaso com as terceirizações da colheita e do corte e a falta da aplicação do Plano de Assistência Social (PAS).

 Jovens doentes:

A diretora da área de Saúde e Segurança do Sindicato dos Comerciários, Cleonice Caetano Souza, vê o alto número de acidentes com grande preocupação. O setor gera empregos principalmente entre os jovens. “Isso significa mãos mutiladas ou pessoas adoecendo mais cedo, muitas ainda no primeiro emprego”, assinala.

Só uma pequena parcela dos empregadores do setor tem destinado recursos financeiros, humanos e materiais para proporcionar uma melhora na condição de trabalho. Ela diz que conscientizar os empregadores de que investir na saúde e segurança é lucro e não prejuízo tem sido uma tarefa árdua.

Cleonice conta que as doenças mentais e lombalgias também aparecem com freqüência. Ela enumera o crescimento e diversificação do comércio, carga excessiva, ameaça de perder o emprego e pressão para atingir metas como os responsáveis pela atual situação da saúde do trabalhador.


Acompanhamento:

Quem trabalha no comércio tem a seu dispor a equipe multidisciplinar da área de saúde e segurança. O sindicato auxilia ao trabalhador no encaminhamento do benefício junto ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e também o acompanha com um médico do trabalho até que seja possível ele retornar ao trabalho.

 “Durante o atendimento, a empresa é cadastrada em nosso banco de dados para a solicitação de fiscalização conjunta entre Sindicato e um dos órgãos públicos que atuam em saúde do trabalhador, como a Delegacia Regional do Trabalho ou os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador”, esclarece ela.

 A Feraesp atua de forma parecida: “O sindicato procede ao registro desses acidentes às estatísticas e aos dados sobre a sua incidência, os quais servem de base para a formulação de reivindicações à política de prevenção de acidentes, estudos para a melhoria de ferramentas, equipamentos de proteção individual e como argumento para o oferecimento de denúncia aos órgãos competentes”, explica Élio Neves.

Nos casos mais graves, que resultam em morte, o Sindicato acompanha o processo de rescisão de trabalho, verifica em que condições isso ocorreu e ainda acompanha de perto se a família recebeu o seguro.

 A preocupação com a linha de montagem é, para Waissmann da CESTEH, a alternativa para diminuir o número de acidentes de trabalho. Ele defende a criação - em um primeiro momento - de uma lógica adequada e, posteriormente, um sistema de proteção coletivo.

 “Caso todos os outros sistemas falhem ainda haveria o equipamento individual para garantir a proteção”, diz. “A proteção coletivizada é o caminho para proteger o ambiente, as pessoas de uma forma geral e também o trabalhador”.


Os equipamentos de segurança:

A questão dos equipamentos de proteção individual é polêmica no mundo do trabalho. Conhecidos como EPI, estes dispositivos são regulamentados através da norma de nº 6 do Ministério do Trabalho e Emprego, que os avalia e aprova antes de serem colocados no mercado. Esta norma considera EPI todo dispositivo ou produto de uso individual no trabalho e que tenha como função proteger o empregado de riscos possíveis de ameaçar a saúde e a segurança no trabalho.

Toda empresa é obrigada a fornecer gratuitamente aos seus empregados esses produtos que garantem a segurança do trabalhador em perfeito estado de conservação e funcionamento – principalmente quando o sistema de trabalho não oferecer proteção completa, as medidas de proteção coletivas estiverem sendo implantadas e para atender situações de emergência. No entanto, muitos EPI são ineficientes, atrapalham e até machucam o trabalhador.

 Ruído excessivo:

Na metalurgia o ruído é o grande vilão e, por isso, existe a necessidade do uso do protetor auricular para atenuar o barulho.  Porém, o problema não é resolvido já que não é apenas o ruído que podem trazer problemas à saúde do trabalhador. A vibração afeta o sistema nervoso e suas conseqüências são ainda mais difíceis de provar. Waissmann, do CESTEH, alerta para os equipamentos que dificultam os movimentos dos trabalhadores, prejudicand o desempenho em algumas tarefas.

O setor agrícola também enfrenta muitas dificuldades quanto a isso. O presidente da Feraesp, Élio Neves, conta que alguns equipamentos precisam de adaptações. O mais grave é que a maioria dos trabalhadores sequer tem acesso a eles, devido à precarização das condições de trabalho no setor. “Óculos, mangotes, aventais, perneiras, botas e chapéus deveriam ser usados diariamente por estes trabalhadores”, diz.

No setor de serviços os equipamentos são mais raros. A dirigente sindical Cleonice Caetano Souza afirma que os empregados da categoria dependem mais das relações interpessoais para se precaverem das doenças laborais. Entre os aparelhos de proteção mais usados estão protetores faciais, óculos de segurança, luvas, mangas de proteção, cremes protetores, calçados impermeáveis e de proteção, aventais, capas, vestimentas especiais, respiradores e máscaras de filtro químico.

Saiba para que servem os equipamentos de proteção:

Protetores faciais – Protegem olhos e face contra lesões resultante do contato com partículas, respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas.

Óculos de segurança – Combatem ferimentos nos olhos provenientes do contato com partículas, líquidos agressivos, poeiras e outras radiações perigosas.

Luvas – Protegem de materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes e perfurantes, químicos, corrosivos, tóxicos, alergênicos, oleosos, solventes, etc.

Mangas de proteção – Também evitam o contato de braços e antebraços com materiais quentes, agentes biológicos, materiais cortantes, perfurantes ou abrasivos, entre outros.

Calçados impermeáveis e de proteção – Evitam o contato do trabalhador com locais úmidos, agentes químicos, biológicos agressivos ou contra riscos de origem elétrica.

Vestimentas especiais – São usadas contra os riscos de lesões provocadas por produtos radioativos, biológicos ou químicos.

Máscaras e respiradores – Servem contra poeiras, agentes químicos prejudiciais e para locais onde o teor de oxigênio seja inferior a 18%.

Matéria extraída da revista Observatório Social nº 11 - out/2006

FONTE:

FOTO: Renil - http://www.colegiorenil.com.br

Saiba quais são as doenças relacionadas ao trabalho e como tratá-las:


Laís Ferenzini* | Ciência e Saúde 

Você certamente já ouviu falar sobre as LER, as lesões por esforços repetitivos ou nos DORT, distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Porém, provavelmente, ainda não tem a exata noção de quão grave tem se tornado este problema. Médicos veem aumentar cada vez mais a procura de pacientes que sofrem de LER/DORT nos seus consultórios, uma verdadeira epidemia que atinge os trabalhadores brasileiros, que sofrem dores fortíssimas, perdem a capacidade laborativa e passam a viver em constante luta pela dignidade perdida. Nas últimas décadas, com o aumento crescente da informatização, os trabalhadores passaram a sentir na sua saúde a conseqüência dessas mudanças. O uso do computador, que prometia trazer praticidade e agilidade para o nosso dia a dia adoeceu centenas de profissionais, que eram obrigados a trabalhar num ritmo frenético.

* Vítimas da doença relatam as dificuldades ao SRZD

Pouco se tem falado sobre LER/DORT, nos últimos anos, principalmente se comparado com a grande repercussão deste assunto no final dos anos 90 e início desta década. De acordo com o advogado Rafael Fernandes, especialista em saúde do trabalhador, houve uma banalização da LER/DORT nos últimos anos."A doença não é visível, não há marcas no corpo". Em contrapartida, "há uma epidemia de doenças relacionadas ao trabalho, principalmente no Brasil", alerta ele.

Trabalhando com LER/DORT há doze anos, o ortopedista e perito da Justiça Federal, Luciano Bomfim, viu crescerem os casos da doença no seu consultório. Do total de atendimentos, os casos de DORT atingem a incrível marca de 80% dos atendimentos. "São problemas no ombro, no punho e no cotovelo. Especialmente nos ombros e nos punhos, visto que existe um excesso de digitação de forma inadequada", afirma o médico.

Considerada um conjunto de doenças, a LER não é necessariamente ligada ao trabalho e, por isso, surgiu o termo DORT (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho). Os profissionais mais atingidos por LER/DORT são os operadores de telemarketing, digitadores, jornalistas, bancários assim como os caixas de supermercado. Temos ainda os operários de linha de montagem, os pintores, os mecânicos e as empregadas domésticas.

O ortopedista Luciano Bomfim atenta para outros profissionais que são vítimas dessas doenças. "Os carteiros usam uma bolsa lateralizando o tronco, o que causa escoliose. Eles deveriam usar uma mochila que tivesse no máximo 10% do peso corporal. O gari corre atrás do caminhão, pula e pega o contêiner, fazendo um grande esforço e sobrecarregando a coluna", alerta ele.

Onde a doença age

A LER/DORT afeta principalmente os membros superiores e atinge músculos, nervos e tendões provocando micro-traumas e inflamação dos mesmos. No caso da tendinite, por exemplo, o excesso de esforço causa a inflamação do tendão, estrutura que liga o osso ao músculo e que permite a realização dos movimentos.

As principais doenças são a tendinite, a tenossinuvite, o cisto sinovial, a síndrome do túnel do carpo, a síndrome do manguito rotador (tendinite do ombro), a lombalgia, a epicondilite, a tenossinuvite de De Quervain e o dedo em gatilho. Os bancários, por exemplo, são atingidos principalmente pela síndrome do manguito rotador. "Os bancários fazem no mínimo de quatro a sete movimentos de ombro por atendimento. Serão de 1200 a 2100 elevações de braço por dia e em um mês serão 30 mil", alerta Luciano Bomfim.

Os fatores que mais contribuem para o desenvolvimento de LER/DORT são a má postura, o trabalho automatizado, a repetição, a sobrecarga de tarefas, o estresse, a ausência de pausas durante o expediente e a falta de investimento em ergonomia nos ambientes de trabalho. As pausas são importantes para a recuperação das estruturas músculo-esqueléticas. O ortopedista Luciano Bomfim recomenda uma pausa de dez minutos a cada hora, além do alongamento e de exercícios de fortalecimento muscular.

O tratamento

Se a pessoa tem sintomas como dor constante, dormência, perda de força é importante procurar um médico. Nos estágios iniciais, é possível se tratar o problema com uso de medicamentos, imobilizadores e fisioterapia. Caso contrário, as lesões por esforço repetitivo podem se tornar tão graves que o quadro torna-se irreversível. Isso se deve ao fato, de que essas doenças atingem estruturas com baixa irrigação sanguínea, como cartilagens e tendões e que, portanto tem baixa capacidade de regeneração.

Quando se trata de LER/DORT, a melhor alternativa é a prevenção. Hoje em dia, dispomos de vários produtos ergonômicos especialmente criados para o ambiente de trabalho. Cadeiras com regulagem do assento e dos apoios de braço, descansa pés, apoio para teclado, suportes para punho e até mesmo cinta ergonômica para a coluna.

Chamados de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), esses produtos devem ser usados por cada trabalhador para protegê-lo contra riscos à sua segurança e saúde. O problema é que muitas empresas não fornecem esses equipamentos porque não querem arcar com os custos.

* Laís Ferenzini é jornalista e colaboradora do SRZD.

JOVENS merecem atenção especial no trabalho:


As estatísticas mais recentes disponíveis são claras. Em 2010 o número de acidentes no grupo dos trabalhadores com idade inferior a 25 anos quase iguala o grupo de 45 a 54 anos. Efetivamente, no referido ano aquele grupo etário, jovens,  ultrapassou os 43 mil acidentes, sendo 38 mortais. É um pesado tributo que precisamos reduzir drasticamente.

Um relatório publicado ainda já em 2011 constata que os jovens trabalhadores com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos tem 50 por cento mais probabilidades de sofrer um acidente do que o trabalhador médio em países industrializados. Os autores do relatório chamam a atenção para o fato de que a maior parte dos jovens entra para o mercado de trabalho com pouca formação na área de segurança do trabalho.

Esta realidade nos levou a divulgar esses números para conscientizar os empregadores. Mas além do esforço de divulgação, sensibilização e formação dos jovens para a prevenção, na escola e na formação profissional, é necessário que as empresas, e sobretudo as pequenas empresas, tomem medidas especiais no dia a dia de trabalho. Especiais porque de fato, o jovem trabalhador tem características específicas, nomeadamente, quando está a ingressar pela primeira vez no mundo do trabalho.

Há que se considerar a sua maneira de encarar o risco, as competências adquiridas, e pela primeira vez, com o posto e o local de trabalho, a disciplina de horários, a utilização dos equipamentos de trabalho, a sua idade e constituição física e muitos outros aspectos que é necessário ter acompanhamento de uma empresa séria de Segurança e Medicina do Trabalho.

Nas nossas próximas postagens abordaremos mais profundamente este assunto, aguardem!


Créditos da FOTO: Carlos Poly/ACS -  Prefeitura de Araucária - http://www.araucaria.pr.gov.br

Panorama do trabalho infantil no Brasil:


O trabalho infanto-juvenil está presente em vários países do mundo, apresentando configurações peculiares nos países de economia periférica. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD), de 2004 para 2005, o contingente de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade ocupados passou de 11,8% para 12,2%.

O aumento de 10,3% foi influenciado pelo crescimento de trabalhadores envolvidos na produção para o próprio consumo, típica da atividade agrícola, e em atividades não-remuneradas. O nível da ocupação dos meninos manteve-se mais elevado que o das meninas. Na faixa etária de 5 a 17 anos, o nível da ocupação masculina ficou em 15,6% e o da feminina, 8,6%.

O envolvimento de crianças e adolescentes em atividade econômica apresentou diferenças regionais importantes. A Região Sudeste foi a que deteve menor nível da ocupação das crianças e adolescentes (8,6%), vindo em seguida a Centro-Oeste (10,5%). Essas duas regiões foram as que apresentaram as menores proporções de pessoas de 5 anos ou mais de idade em atividade agrícola no total da população ocupada.

A legislação nacional permite, em circunstâncias especiais, o trabalho para maiores de 14 anos na condição de aprendizes e, para maiores de 16 anos, na condição de trabalhadores, protegidos e com os direitos trabalhistas e previdenciários assegurados. Entretanto, de acordo com o IBGE, cerca de 91,3% das crianças de 5 a 9 anos, 71,6% das crianças de 10 a 14 anos e 33% dos jovens de 15 a 17 anos não recebem remuneração pelos trabalhos que desempenham.

O trabalho diminui o tempo disponível da criança para seu lazer, vida em família, educação, e de estabelecer relações em convivência com seus pares e outras pessoas da comunidade em geral. Especialistas afirmam que a proporção de abandono escolar é três vezes maior entre crianças e adolescentes que trabalham, quando comparados aos que não trabalhavam, e maior freqüência de problemas no desempenho escolar entre os do sexo masculino, e de saúde entre as mulheres.

Junto a isso, os acidentes e doenças relacionados ao trabalho refletem as condições precárias a que crianças e adolescentes são submetidos. De acordo com dados oficiais disponíveis, em 1997, foram registrados 4,314 benefícios concedidos em decorrência de acidentes de trabalho para menores de 18 anos de idade. A gravidade da questão se evidencia frente aos 218 óbitos por acidente de trabalho nessa faixa de idade, embora este número deva estar consideravelmente sub-registrado, na medida em que a maioria dos trabalhadores não tem registro profissional.

Resultados de estudos de base comunitária mostram que a incidência de acidentes de trabalho entre jovens de 10 a 20 anos varia entre 13% para atividades na agricultura e entre 3,2% a 6,1% em áreas urbanas, reduzindo-se com o aumento da idade.

Ruído excessivo no trabalho:


Ruído excessivo no trabalho aumenta o risco de um ataque cardíaco, fique atento!

Publicada por  Dr. Tufi Dippe Jr 


Um estudo avaliou as condições de trabalho de aproximadamente 6.000 funcionários com mais de 20 anos de idade, e constatou que a presença de ruído excessivo no ambiente de trabalho associava-se a uma maior prevalência de fatores de risco para doenças do coração, como tabagismo, excesso de peso e pressão alta.
Consequentemente, tais trabalhadores também apresentavam uma maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares. Os pesquisadores realizaram entrevistas domiciliares detalhadas que englobaram informações sobre o estilo de vida e saúde ocupacional, avaliações médicas e exames de sangue.Os participantes foram divididos em dois grupos: os que eram submetidos a um ruído excessivo e persistente no ambiente trabalho, e aqueles que não eram submetidos a tais condições.
Um em cada cinco (21%) dos funcionários disseram que trabalhavam sob condições de ruído excessivo por quase nove meses consecutivos durante o ano.A maioria destes trabalhadores eram homens com idade média de 40 anos.Eles eram mais propensos a fumar e apresentar excesso de peso.Trabalhadores de locais com ruído excessivo eram duas a três vezes mais propensos a ter problemas cardíacos, quando comparados com os seus pares que trabalhavam em locais mais silenciosos.
Esta associação era particularmente forte entre os trabalhadores com menos de 50 anos, que representaram cerca de 80% do total da amostra. Eles tinham entre três a quatro vezes mais probabilidade de sofrer de angina do peito ou infarto do miocárdio (ataque cardíaco).Os exames de sangue desses trabalhadores não indicaram níveis particularmente altos de colesterol.No entanto, a pressão arterial diastólica (pressão arterial mínima), foi acima do valor normal, uma condição conhecida como hipertensão arterial diastólica isolada (HADI).Este achado foi um preditor independente de problemas cardíacos.A HADI foi duas a três vezes mais comum entre trabalhadores de locais com ruídos excessivos.
Os autores do estudo acreditam que um dia de trabalho "barulhento" pode ser um poderoso agente estressor para o coração, como uma forte emoção ou um esforço físico intenso."Nossos achados sugerem que a exposição ao ruído excessivo no ambiente de trabalho é um importante problema de saúde ocupacional e merece uma atenção especial", enfatizam os autores do estudo.

Fonte: British Medical Journal.

A Saúde e a Segurança do Trabalhador Brasileiro:


Quase 500 mil pessoas morrem anualmente no Brasil por causa de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. No mundo o número chega a cinco mil mortes por dia. Indústria, serviços e agricultura são os setores mais perigosos.De acordo com relatório elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de cinco mil trabalhadores morrem no mundo todos os dias por causa de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho.

O documento, denominado Trabalho Decente – Trabalho Seguro, alerta que a maioria da força trabalhista mundial não possui segurança preventiva, serviços médicos nem mesmo compensação para acidentes ou doenças.

No Brasil, cerca de 500 mil pessoas se acidentaram e 2.708 morreram em 2005, segundo o Ministério da Previdência Social. Enquanto os óbitos tiveram uma redução de 4,6%, os acidentes aumentaram 5,6% em relação ao ano anterior. As doenças decorrentes do trabalho chegaram a 30.334.

Para o coordenador de pesquisas do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (CESTEH), William Waissmann, os números podem ser ainda mais assustadores. “Os acidentes graves, por exemplo, não há como esconder, o que já não acontece com as doenças”.

A diretora da área de Saúde e Segurança do Sindicato dos Comerciários, Cleonice Caetano Souza, vê o alto número de acidentes com grande preocupação. O setor gera empregos principalmente entre os jovens. “Isso significa mãos mutiladas ou pessoas adoecendo mais cedo, muitas ainda no primeiro emprego”, assinala.

Só uma pequena parcela dos empregadores do setor tem destinado recursos financeiros, humanos e materiais para proporcionar uma melhora na condição de trabalho. Ela diz que conscientizar os empregadores de que investir na saúde e segurança é lucro e não prejuízo tem sido uma tarefa árdua.

Na metalurgia o ruído é o grande vilão e, por isso, existe a necessidade do uso do protetor auricular para atenuar o barulho. Porém, o problema não é resolvido já que não é apenas o ruído que podem trazer problemas à saúde do trabalhador. A vibração afeta o sistema nervoso e suas conseqüências são ainda mais difíceis de provar. Waissmann, do CESTEH, alerta para os equipamentos que dificultam os movimentos dos trabalhadores, prejudicand o desempenho em algumas tarefas.

A Medida Provisória (MP) 316, assinada em 11 de agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode alterar o processo em que são caracterizados os acidentes e doenças do trabalho. A partir de agora, não é mais o trabalhador quem deve provar o nexo causal. Acidentes e incapacidades serão diretamente ligados a ramos de atividades, portanto é a empresa quem deverá mostrar que os acidentes não são decorrentes da atividade desenvolvida pelo empregado no ambiente de trabalho.

Quem trabalha no comércio tem a seu dispor a equipe multidisciplinar da área de saúde e segurança. O sindicato auxilia ao trabalhador no encaminhamento do benefício junto ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e também o acompanha com um médico do trabalho até que seja possível ele retornar ao trabalho.

“Durante o atendimento, a empresa é cadastrada em nosso banco de dados para a solicitação de fiscalização conjunta entre Sindicato e um dos órgãos públicos que atuam em saúde do trabalhador, como a Delegacia Regional do Trabalho ou os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador”, esclarece ela.

Mãos, cotovelos e braços são alvos das LER/DORT na indústria e no comércio. Sanches explica que a perda de rendimento é a principal forma de se identificar a doença. A maioria dos tipos de lesões e, principalmente a LER/DORT, são irreversíveis. A forma de atenuar é com fisioterapia e tratamentos.

“A gente tem brigado para que as pessoas não trabalhem acidentadas e para que a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) seja o início do processo de reconhecimento de qualquer doença ou de algum acidente” afirma.

Para ele, o papel dos sindicatos evoluiu muito nos últimos anos. Antigamente a atenção dos sindicatos era voltada à ergonomia dos equipamentos de segurança. “Hoje tudo parece ter evoluído”, diz. “Não adianta ter o design do produto se o posto de trabalho tem excesso de horas ou ritmo acelerado”.

O setor industrial brasileiro é o que mais tem número de acidentes. Foram 229,1 mil em 2005 de acordo com o Ministério da Previdência. Em segundo lugar está o setor de serviços, com quase 220 mil acidentes. Em terceiro está a agricultura, com mais de 35 mil acidentados.

Na comparação com 2004, os números aumentaram na indústria (17,5 mil novos casos) e nos serviços (mais 17,2 mil). Na agricultura houve leve redução: 1,7 mil acidentes a menos.

As principais doenças do trabalho:

Asma Ocupacional – Adquirida por meio da inalação de poeira de materiais como algodão, linha, borracha, couro, sílica, madeira vermelha etc. Os trabalhadores de fábricas, madeireiras, plantações de algodão e tecelagens apresentam sintomas como falta de ar, tosse, aperto e chiado no peito e tosse noturna.

Dermatoses ocupacionais – Causadas por contato com agentes biológicos, físicos e químicos, principalmente. Os sintomas são alteração da pele e mucosas. Os trabalhadores em fábricas químicas são os mais prejudicados com ela.

Saiba para que servem os equipamentos de proteção no Trabalho:

Protetores faciais – Protegem olhos e face contra lesões resultante do contato com partículas, respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas.

Óculos de segurança – Combatem ferimentos nos olhos provenientes do contato com partículas, líquidos agressivos, poeiras e outras radiações perigosas.

Luvas – Protegem de materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes e perfurantes, químicos, corrosivos, tóxicos, alergênicos, oleosos, solventes, etc.

Afastamento e invalidez – LER/DORT:

No comércio o tratamento das LER/DORT e das doenças mentais requer um longo período de afastamento, que dura entre dois e cinco anos. No entanto, explica Cleonice Caetano Souza, do Sindicato dos Comerciários, por questões diversas da Previdência Social, como o mau atendimento de vários médicos peritos, os trabalhadores sequer registram seu benefício como Acidente de Trabalho.

Atenção dentistas:


Vigilância Sanitária realizou palestra para dentistas:

Normas e critérios para licenciamento sanitário e fiscalização dos serviços de odontologia foram tema de palestra realizada nesta quarta-feira (dia 25) pelo Departamento de Vigilância Sanitária. O evento foi promovido em parceria com a Associação Brasileira de Odontologia (ABO/Uberaba) e o conselho representante da categoria.
De acordo com o diretor da Vigilância Sanitária, Emerson Mariano de Almeida, a palestra abordou desde os critérios para o licenciamento sanitário a orientações sobre a legislação sanitária aplicada aos serviços de odontologia, inspeções e infraestrutura física exigida para os consultórios.
Emerson reforça que a Vigilância atua como parceira dos profissionais e da população, com objetivo de garantir a qualidade na prestação de serviços ligados à saúde. “Foi um evento importante para esclarecer em relação as ações capazes de eliminar e prevenir riscos à saúde referentes à assistência odontológica. É uma medida para a melhoria da qualidade e padronização dos serviços”, conclui.

Para mais informações sobre o assunto, os interessados podem entrar em contato no telefone 3331-2737.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O trabalhador e meio ambiente:



A estreita relação entre saúde do trabalhador e meio ambiente:

Estamos vivendo um cenário cada vez mais competitivo, neste contexto, o desafio de produzir mais e melhor vai sendo superado pelo desafio, permanente de ser sustentável, portanto é necessária aos empreendedores e profissionais a habilidade de promover condições de um processo econômico ou sistema que permita a sua permanência, em certo nível, com prazos e qualidade adequados de maneira que possibilite às empresas desenvolvimento pleno sem passivos ao trabalhador e ao meio ambiente.

A responsabilidade socioambiental das organizações é o caminho para a sustentabilidade empresarial que sendo ela ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso e aceita será diferencial no mercado para seus produtos e ou serviços.

Não importando o nível tecnológico empregado no processo, este sempre contará com a força da mão de obra para conduzir os objetivos da empresa e estes sempre estarão interagindo com o meio ambiente e os recursos naturais.

Podemos afirmar nos tempos atuais que o trabalhador e o meio ambiente pós Revolução Industrial jamais serão os mesmos, os benefícios são muitos, porém os danos causados tanto à saúde e segurança do trabalhador como ao meio ambiente são extremamente graves. Logo vale lembrar a estreita relação existente entre a Saúde do Trabalhador e a Saúde Ambiental, que são freqüentemente tratadas em campos diferentes.

Sabendo-se que toda atividade humana possui potencial de danos ao trabalhador e ambiental, intensificado por uma economia baseada num sistema de produção em massa e linear, sustentado pelo consumismo, sistema que degrada a saúde do trabalhador e do meio ambiente, sendo o elo que os une justamente a relação entre processo de produção e consumo, a gestão da saúde e segurança do trabalhador e do meio ambiente necessita para uma melhor eficiência serem tratados em conjunto.

O desenvolvimento e as exigências no campo da Saúde do Trabalhador e da Saúde Ambiental, as repercussões dos processos produtivos, não nos permite esquecer que esses mesmos processos produtivos que prejudicam a saúde da fauna e flora em geral têm consequências também para a saúde dos trabalhadores envolvidos.

Este processo de produção e consumo a beira de um colapso, agora aos poucos morfologicamente busca se adequar a um processo cíclico de produção, ou seja, não mais vamos somente extrair, produzir, distribuir, consumir e descartar, agora vamos extrair, produzir, distribuir, consumir e em todas estas etapas: Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar.

Desde então identificados os danos ao trabalhador e ao meio ambiente através do trabalho, é preciso adotar princípios teóricos e práticos para avaliar, corrigir, controlar e prevenir fatores ambientais que podem, potencialmente, afetar de maneira adversa a saúde do trabalhador e/ou o meio ambiente das gerações presentes e futuras.

É certo ter tido esforços para a proteção de ambos e mesmo que na prática tenham sido tratadas em campos diferentes, já na teoria são cuidados em conjunto. A começar pelos próprios conceitos que tanto em Saúde e Segurança do Trabalho e do Meio Ambiente costumeiramente são os mesmos, a saber: promoção, prevenção, recuperação, proteção, avaliação, etc.

Nos aspectos legais a promoção da saúde e segurança do trabalho e do meio ambiente, andam juntos e não é de hoje. A preservação ambiental é transversal e perpassa todo o ordenamento jurídico, segundo Cristiane Derani (Direito Ambiental Econômico, pg. 84), logo é importante aos profissionais que lidam com a saúde e segurança do trabalho atentar-se às legislações, pois nos trazem cuidados a ambos, a saber:

•  Consolidação das Leis do Trabalho (Cap. V, titulo II),
•  Lei Penal Ambiental (Lei 9605/98),
•  Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9795/99),
•  Sistema Único de Saúde – SUS,
•  Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9503/97),
•  Constituições Estaduais e outros

Desta forma, nos dias atuais, os profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho não mais podem negligenciar suas atribuições e responsabilidades quanto a Saúde do Meio Ambiente e devem buscar, constantemente, conhecimentos referentes a eco eficiência, produção mais limpa, sustentabilidade, resíduos industriais.

Um grande médico - Drauzio Varella:


Drauzio Varella é médico cancerologista, formado pela USP. Nasceu em São Paulo, em 1943. Foi um dos fundadores do Curso Objetivo, onde lecionou química durante muitos anos.

No início dos anos 1970, trabalhou com o professor Vicente Amato Neto, na área de moléstias infecciosas do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Durante 20 anos, dirigiu o serviço de Imunologia do Hospital do Câncer (SP) e, de 1990 a 1992, o serviço de Câncer no Hospital do Ipiranga, na época pertencente ao INAMPS.

Foi um dos pioneiros no tratamento da AIDS, especialmente do sarcoma de Kaposi, no Brasil. Em 1986, sob a orientação do jornalista Fernando Vieira de Melo, iniciou campanhas que visavam ao esclarecimento da população sobre a prevenção à AIDS, primeiro pela rádio Jovem Pan AM e depois pela 89 FM de São Paulo.

Na Rede Globo, participou das séries sobre o corpo humano, primeiros socorros, gravidez, combate ao tabagismo, planejamento familiar, transplantes e diversas outras, exibidas no Fantástico.

Em 1989, iniciou um trabalho de pesquisa sobre a prevalência do vírus HIV na população carcerária da Casa de Detenção do Carandiru. Desse ano, até a desativação do presídio, em setembro de 2002, trabalhou como médico voluntário. Atualmente, faz o mesmo trabalho na Penitenciária Feminina de São Paulo.

Na Amazônia, região do baixo rio Negro, dirige um projeto de bioprospecção de plantas brasileiras com o intuito de obter extratos para testá-los experimentalmente em células tumorais malignas e bactérias resistentes aos antibióticos. Esse projeto, apoiado pela FAPESP, é realizado nos laboratórios da UNIP (Universidade Paulista) em colaboração com o Hospital Sírio-Libanês.

Livros publicados

* AIDS Hoje: 3 volumes em colaboração com os médicos Antonio Fernando Varella e Narciso Escaleira.

* Estação Carandiru (Companhia das Letras): Prêmio Jabuti de 2000

* Macacos (Publifolha): Faz parte da série Folha Explica

* Nas ruas do Brás (Companhia das Letrinhas): Literatura infantil; Prêmio Novos Horizontes da Feira Internacional do livro de Bolonha, Itália, e revelação de autor de literatura infantil na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em 2001.

* De braços para o alto (Companhia das Letrinhas): Literatura infantil, publicado em 2002.

* Florestas do Rio Negro: Coordenou a elaboração do livro que, sob a editoria científica de Alexandre de Oliveira e Douglas C. Daly, reúne trabalhos de vários colaboradores sobre a biodiversidade botânica da região amazônica e foi indicado para o Prêmio Jabuti em 2002.

* Maré – Vida na favela (Casa das palavras): Co-autoria: Paola Berenstein, Ivaldo Bertazzo, Drauzio Varella, Pedro Seiblitz (imagens).

* Por um fio (Companhia das Letras): Publicado em 2004.

* Borboletas da alma (Companhia das Letras): Publicado em 2006.

* O médico doente (Companhia das Letras): Publicado em 2007.

* Cabeça do cachorro (Editora Terrabrasil): Drauzio Varella, Araquém Alcântara, e Jefferson Peixoto; Ensaio publicado em 2008.

Perigo em casa - Drauzio Varella no Fantástico:


Neste domingo, dia 22, Drauzio Varella estreiou no Fantástico o quadro ‘Acidentes Domésticos – O Perigo Dentro de Casa’. “Grande parte dos acidentes acontece no lugar em que você se sente seguro e começa a fazer as coisas sem prestar atenção”, diz o médico. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 38% de todos acidentes, com registro em hospital do Sistema Único de Saúde (SUS), aconteceram em ambientes domésticos. Isso representa mais de dez vezes o percentual de acidentes na indústria e na construção juntos, que totalizam 3%. “É um problema de saúde pública grave. O número de pessoas acidentadas é muito alto, e as estatísticas oficiais sempre subestimam, porque se você sofre um pequeno acidente em casa você não vai para o hospital e não comunica”, completa Drauzio.


Drauzio Varella na cozinha da família de Nicolas dos Santos Silva - Foto: TV Globo 


A cada episódio, a série vai abordar um dos seis acidentes domésticos mais recorrentes: queda, picada, corte, choque elétrico, mal súbito e queimadura, tema da estreia. Além de contar a história de um personagem, mostrando o impacto que o tema tem no dia a dia das famílias, o quadro dá dicas de prevenção e quais atitudes tomar após o ocorrido.

Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras, acontecem, por ano, cerca de um milhão de acidentes, sendo que dois terços envolvem crianças. Pelo menos 26 mil casos são graves. A história de Nicolas dos Santos Silva, de dois anos, faz parte dessa estatística. Em um descuido da família, o garoto foi para a cozinha sozinho e mexeu em uma panela que estava no fogo com água para fazer macarrão. O objeto virou e queimou imediatamente o rosto e as costas da criança.

Neste episódio, Dr. Drauzio mostra a recuperação de Nicolas, o que mudou na rotina familiar e aponta os perigos que existem dentro da casa. O médico ainda desmente alguns mitos sobre os cuidados com a queimadura. “ É muito comum passar manteiga, pó de café e pasta de dente. Gruda tudo e depois você não consegue mais tirar. A medida mais simples é colocar o local queimado embaixo da água, porque tem que esfriar a pele no local”, diz.

‘Acidentes Domésticos – O Perigo Dentro de Casa’ estreiou na última edição do ‘Fantástico’, dia 22 de abril. Vamos acompanhar para aprender!

DICA DO DIA - Prevenir acidentes domésticos:


Os acidentes domésticos podem ter consequências muito graves e até fatais. Transforme a sua casa num lugar mais seguro.

Os acidentes domésticos são muito comuns. Mesmo com todo o cuidado, há objectos e situações que representam risco e podem provocar acidentes. Para as crianças e para os idosos, em especial, todas as divisões da casa podem representar um enorme risco. 

Um tapete que não está devidamente assente com protecção antiderrapante, uma gaveta da cómoda aberta, a porta de um armário, um fio do telefone solto, podem provocar quedas e traumatismos com consequências muito graves. Por vezes, esses acidentes são tão graves que podem levar à morte.

Quais são os factores de risco ou causas mais frequentes de acidentes domésticos?

Escorregar ao andar sobre pisos molhados, húmidos ou encerados;
Andar de meias ou usar chinelos e sapatos mal apertados;
Móveis no meio do caminho (gavetas abertas, por exemplo), principalmente entre o quarto e a casa de banho;
Escadas com degraus de tamanhos diferentes;
Tapetes nos quartos, casas de banho, corredores e outras divisões da casa;
Pouca iluminação;
Estar em pé em cima de um banco ou cadeira;
Tonturas ao levantar-se;
Visão alterada pela idade;
Perda do equilíbrio, muitas vezes causada por remédios;
Nos mais idosos, enfraquecimento dos ossos e dos músculos;
Soleiras das portas não niveladas com o chão.
Quais são os factores de risco ou causas mais frequentes de acidentes domésticos envolvendo idosos?

Visão e audição deficientes;
Enfraquecimento dos ossos e dos músculos;
Problemas de locomoção ou osteoarticulares e tremores;
Factores do ambiente;
Iluminação deficiente;
Inexistência de corrimão ou de barras de segurança, nomeadamente na banheira;
Mobília instável;
Pavimento escorregadio;
Calçado não apropriado.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Limpeza nas alturas!


Uma cena muito comum em grandes centros urbanos, principalmente em São Paulo, mas lembrem-se que já ocorreu em Uberaba, são pessoas se arriscando para limpar fachadas de prédios sem estarem devidamente preparadas para esse tipo de serviço. Trabalhar nas alturas é um perigo e tanto, não só para quem pratica a "limpeza" como também para outras pessoas que estão simplesmente de passagem pelas ruas. Para evitar terríveis acidentes, existem empresas (sérias) especializadas em limpeza de vidros e fachadas para garantir a manutenção de patrimônios sem colocar a vida da população em risco.

Essas empresas possuem funcionários que são frequentemente treinados e passam por avaliações físicas e psicológicas periodicamente, antes de qualquer serviço há um estudo sobre o local para definição da dificuldade da limpeza, que definirá quantos operários serão necessários, além de equipamentos, acessórios e produtos de limpeza.

Os equipamentos são importantíssimos para a segurança de todos, por isso, normalmente, essas empresas de limpeza nas alturas estão em uma constante busca de novas ferramentas de trabalho, que sejam mais seguras e atualizadas. Para a segurança dos funcionários, a empresa disponibiliza aos seus trabalhadores: calçados fechados de couro resistente para proteção dos pés com solado antiderrapante, luvas adequadas ao serviço, cinto de segurança do tipo paraquedista, capacete de segurança, e outros equipamentos de proteção individuais adequados para o serviço. Para a segurança da empresa contratante e das demais pessoas, a área é devidamente isolada no horário da higienização garantindo a segurança.

A limpeza de vidros e fachadas é essencial para um ambiente agradável e bem visto pela sociedade, não tem como deixar os devidos cuidados de lado. Mantenha sempre a boa imagem da sua residência ou empresa com quem realmente está preparado para o serviço, pois empresas especializadas usam equipamentos de segurança apropriados.

Nunca exponha funcionários à riscos!

REVISTA PROTEÇÃO - MATÉRIA DE CAPA: EXAUSTOS


Reportagem de Lia Nara Baú / Colaboração: Diego Rosinha
Capa: Beto Soares / Estúdio Boom

Nos últimos seis anos, o número de afastamentos por transtornos mentais e do comportamento subiu em quase 2.000%

Considerado um dos grandes males do século XXI, o estresse é um transtorno que acomete milhões de trabalhadores em todo o mundo. Falta de segurança, jornadas estendidas, prazos exíguos, pressão por metas e/ou produtividade, falta de gestão por parte de chefias estão entre as principais causas do estresse no trabalho. Em decorrência disso tem-se trabalhadores exaustos, deprimidos, agressivos, com baixa produtividade, desmotivados, entre tantas outras consequências. Um quadro preocupante para quem trabalha e um desafio para a área de Saúde e Segurança do Trabalho.

O estresse, por si só, não é considerado uma doença relacionada ao trabalho. Somente a Síndrome de Burnout integra o rol dos Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados ao Trabalho (CID 10 - Código Internacional de Doenças). Segundo o Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde, do Ministério da Saúde (disponível em http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/02_0388_M1.pdf), a sensação de estar acabado (Síndrome de Burnout ou Síndrome de Esgotamento Profissional) é um tipo de resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho. Tem sido descrita como resultante da vivência profissional em um contexto de relações sociais complexas, envolvendo a representação que a pessoa tem de si e dos outros.

O médico do Trabalho, professor e coordenador da Pós-Graduação em Medicina do Trabalho da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Hudson de Araújo Couto, explica que burnout é o termo utilizado hoje na literatura de língua inglesa para o quadro bem conhecido de esgotamento físico-mental ou estafa, que geralmente acomete quem vive estresse prolongado. "Nesse quadro de esgotamento, a capacidade produtiva da pessoa cai enormemente, praticamente chegando a zero. São casos que vêm com grande componente emocional, pois muito do nosso sentido de valor está relacionado a nossa capacidade produtiva; e quando o indivíduo se dá conta de que sua capacidade produtiva está baixíssima, isso costuma vir acompanhado de crises de angústia e períodos de depressão", aponta.

O trabalhador sujeito a fatores estressantes por períodos prolongados já apresenta um quadro de estresse. Nessa fase é possível reverter tal situação de mal-estar no trabalho mais facilmente do que no nível do burnout. Daí a importância do diagnóstico precoce e de intervenções efetivas e eficazes nas empresas.


Confira a reportagem completa
na edição 243
da Revista Proteção   

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Serviços e Exames Oferecidos pela TH:



Serviços:

- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA);

- Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO);

- Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP);

- Elaboração do Laudo Técnico das Condições Dos Ambientes de Trabalho (LTCAT);

- PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria e na Construção;

- Orientações para constituição e registro da CIPA, com elaboração de conjunta de todos os editais e documentação necessária;

- Vistorias de segurança / Levantamento de Riscos nas frentes de trabalho.

- Orientação nos casos de emissão de CAT (Comunicação Interna de Acidente do Trabalho);

- Treinamentos Diversos;

- Consultoria em questões pertinentes à segurança e medicina do trabalho e inerentes aos serviços oferecidos.


Exames:


Admissionais, Periódicos, Retorno ao Trabalho, Mudança de Função, Demissionais, Audiometria e Espirometria.